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Copo Americano, o mais democrático

Você chega na padaria e pede um café: lá está ele. Vai num barzinho de esquina e pede uma cerveja: lá está ele. Vai na casa de um amigo e pede uma água: lá está ele (precedido de: “não repara que é tudo simples”).

Na verdade não é tão simples. Tem coisa mais complexa que adentrar em cada casa do Brasil e enraizar uma cultura tão presente que ultrapassa os limites de Estados, sotaques e costumes?

Não importa o uso que você dá, ele está sempre por perto, seja na versão de shot de cachaça, seja no tradicional 190ml ou na versão dupla de 450ml.

Criado em 1940 depois de uma viagem aos Estados Unidos pelo empresário Nadir Figueiredo, para comprar uma máquina para produzir copos, o ícone passou a ser um dos primeiros produtos industrializados de vidro, já que o processo de produção de vidro soprado estava se tornando obsoleto.

Em 2009, seu design foi selecionado para o Museu de Arte Moderna de Nova York – MoMA para compor uma exibição que representava o Brasil. E eu arrisco a dizer que:“This represents Brazil more then soccer and samba.”

Hoje também pode ser chamado de copo Lagoinha, pois inicialmente em Belo Horizonte-MG era comercializado apenas em uma loja no bairro Lagoinha. Americano ou Lagoinha, está em todas as mesas desse Brasil.

Então como devemos chamar? Olha, acho que o copo que serve cerveja, café, suco, que é usado como medida de receita e até medida de sabão em pó, tem amplitude para que você escolha a melhor forma de chamá-lo. Eu disse: democrático!

Inicialmente, a empresa de mesmo nome de seu criador, Nadir Figueiredo não tinha métricas de marketing pra explicar o sucesso e alcance do famoso copo. Acredita-se que tenha sido o velho “boca a boca” que tornou esse copo tão conhecido. Foi a partir de 2012 que foram concebidas campanhas publicitárias veiculadas nas mídias e uma delas dizia o que todos nós já sabíamos: “O copo nosso de cada dia”.

Acredito que a popularização do copo americano se deu por sua versatilidade, combina com qualquer bebida, tem a dose certa (principalmente pra não dar tempo de esquentar a cervejinha) e é extremamente acessível e honesto, quase inquebrável.

Algumas cervejarias artesanais adotam o velho amigo como o modelo oficial de suas cervejas, isso aproxima o consumidor da marca, pois afinal, ali já tem um conhecido.

Por outro lado, muitas cervejarias hoje se empenham em criar copos únicos que estampem a sua marca, sua identidade e eu como colecionadora de copos – e momentos – tô sempre de olho nas novidades, buscando completar o álbum (neste caso, a prateleira) de figurinhas diferentes que ainda não tenho.

Não me entenda mal, isso é ótimo, traz diversidade e riqueza no serviço das diferentes cervejas que temos no mercado, a questão é que eu ando de um lado pro outro em frente aos meus copos e acabo escolhendo o quê? Nosso velho copo americano!

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