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Faturamento da indústria de bebidas alcoólicas deve cair 50% nos próximos 4 meses

Com o fechamento de restaurantes, bares e baladas nas principais capitais do país devido à pandemia do coronavírus e orientação de adotar o distanciamento social, a indústria de bebidas alcoólicas já começa a contar suas perdas.

Nos próximos quatro meses, o faturamento desse setor deve cair pela metade, segundo estimativa da Abrabe (Associação Brasileira de Bebidas).

“Somos diretamente impactados por essa situação. Todas as indústrias reagiram prontamente à crise, colocando todos os postos administrativos em ‘home office’ e algumas linhas de produção já estão sentindo a paralisação de bares e eventos”, conta Cristiane Foja presidente executiva da Abrabe.

De acordo com Cristiane Foja, mais de 60% de algumas linhas de produção já estão paralisadas.

A associação representa 36 empresas, entre elas estão Amázzoni Gin, Bacardi, Campari, Diageo (dona das marcas Ypióca, Smirnoff, Johnny Walker, Ciroc, Tanqueray), Salton e as cervejarias Heineken, Proibida, Estrella Galicia, Ashby, Malta e Saint Bier.

São 31% de pequenas empresas, 38% médias e 31% grandes companhias e até multinacionais, que representam cerca de 30% do mercado de bebidas alcoólicas o Brasil. Vale frisar que uma das gigantes do segmento, a Ambev, não faz parte da Abrabe.

A projeção de tombo de 50% no faturamento por quatro meses não significa que a quarentena irá durar todo esse tempo, mas mesmo com o fim do distanciamento social, Cristiane acredita que os consumidores vão demorar a retomar seus hábitos de ir a restaurante e bares na frequência com que faziam antes do coronavírus.

Por isso, a estimativa para o faturamento é “conservadora”, segundo Cristiane. “Até os bares voltarem a operar normalmente, fazer pedidos, deve levar de dois a três meses [após o fim da quarentena]”, conta a executiva.

Para lidar com o momento de faturamento em baixa, a Abrabe fez uma lista de reivindicações ao governo federal que inclui o adiamento nos pagamentos de impostos e o acesso ao crédito mais barato.

No fim de semana, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou que tem um potencial de refinanciar R$ 11 bilhões de pequenas e médias empresas com a suspensão temporária de pagamentos.

Cristiane disse que a medida deve ajudar as companhias menores, enquanto as grandes empresas geralmente têm um colchão maior para suportar grandes impactos.

“Mas o miolo fica desguarnecido. O que pedimos é acesso ao crédito sem distinção dos tamanhos das empresas”, conta a executiva.

Ambev e Petrópolis

Os gigantes grupos cervejeiros que estão de fora da Abrabe também sofrem com os impactos negativos do coronavírus.

A Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição (Confenar), que representam 104 revendas da Ambev, disse que 90% dos funcionários de suas filiadas estão em casa em trabalho remoto ou em férias.

“Só 10% do pessoal de logística está saindo para fazer as entregas. Estamos trabalhando com 20% da capacidade de venda e entrega porque a demanda caiu demais nas últimas duas semanas”, afirmou Ataíde Gil Guerreiro, presidente da Confenar.

Grupo Petrópolis, dono da Itaipava, colocou em férias mais de um terço dos seus funcionários (10 mil dos 28 mil), como forma de se adequar à demanda menor.

A companhia informou que vai vender os produtos que tem em estoque e, futuramente, fará uma produção escalonada nas fábricas para garantir a entrega de produtos em estabelecimentos comerciais.

A Ambev disse que não há previsão de cortes de estrutura ou de férias coletivas em função da pandemia.

Em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Ambev disse que “está atualmente impossibilitada de estimar de forma fidedigna os impactos do covid-19”.

Fonte: Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo

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