Cerveja em Foco

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Rauchbier, a cerveja defumada.

A história da cerveja de Bamberg é quase tão antiga quanto à da própria cidade. Mencionada pela primeira vez em 902, Bamberg surgiu à sombra da fortaleza erguida pelos Babenbergs, que também deram a Bamberg seu nome. A cerveja apareceu nos registros pouco depois.

Em 1122, o bispo Otto estendeu formalmente os direitos cervejeiros aos monges beneditinos de Kloster Michaelsberg (agora sede do Museu da Cervejaria da Francônia), mas este não foi o começo da história da cerveja em Bamberg. Em 1039, diz-se que a Catedral Canon Ouldaricus decretou cerveja grátis para todos no aniversário anual de sua morte.

As primeiras cervejas de Bamberg foram fabricadas por monges, e as classes mercantis ascendentes assumiram o controle das caldeiras de cerveja com a ascensão da industrialização. Na virada do século XIX, mais de setenta estabelecimentos cervejeiros serviam comida e canecas de cerveja para uma população de 17.000 almas sedentas. O número de cervejarias diminuiu acentuadamente durante o século XX, acelerando vertiginosamente no período pós-guerra.

Por um feliz acaso, porém, nem mesmo a força combinada de fechamento de cervejarias, consolidação da indústria e avanços na tecnologia de fabricação de cerveja poderiam apagar um aspecto tradicional do processo de fabricação de cerveja em Bamberg: maltear grãos sobre um fogo de madeira de faia.

Uma lenda diz que um incêndio em uma das cervejarias de Bamberg e a fumaça penetrou no malte. O cervejeiro foi obrigado a fazer uma cerveja com esse malte comprometido. Ao contrário das piores expectativas de todos, esta cerveja tinha um sabor tão bom que a Rauchbier se tornou um estilo de cerveja muito procurado.

O malte verde – grão que começou o processo de germinação, mas ainda está carregado de umidade – sempre teve que ser seco antes de ser triturado e amassado. Em climas mais quentes, onde a cerveja se originou, os aspirantes a cervejeiros podiam secar seus grãos ao sol. Não é assim nas regiões mais frias do norte da Europa, onde o meio mais comum de secar o malte verde era o fogo aberto. A fumaça desses incêndios penetrou no malte, transmitindo aquelas notas de carne seca ao ar, presunto defumado, bacon e fogueira que muitos de nós valorizamos hoje.

Rauchbier não é a única cerveja disponível em Bamberg, e Aecht Schlenkerla e Spezial não são as únicas cervejarias que fabricam Rauchbier. Mas as duas cervejarias são as únicas que preservaram a velha tradição de torrar o malte em fogo de faia.

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