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3 coisas que aprendi sobre o mercado de cervejas na Itália

O mercado de cerveja na Itália é um pouco diferente do que encontramos no Brasil e trouxe alguns pontos da experiência que vivi por lá.

Cerveja Dubbel – Visita a Abadia de Tre Fontane – Roma

Estive na Itália por mais de 20 dias no início de outubro de 2022, passando por algumas das cidades mais famosas como Roma, Florença, Pisa e Veneza. Como parte de toda viagem que faço, busco observar os costumes, formas de compra e consumo de cerveja. Com isso, notei alguns fatos que se repetiram nos lugares que visitei.

1 – Beber cerveja pode ser mais caro que vinho

A cultura do vinho é muito próxima à realidade das pessoas, mesmo nas cidades pequenas. Era muito comum encontrar opções de menu para almoço ou jantar que já incluía uma taça de vinho. A maioria dos lugares ofertava duas opções de vinho da casa (branco ou tinto), que poderia ser na taça ou jarra. E por vezes, o valor da jarra de vinho da casa saía mais barato que pedir um pint de cerveja. Além disso, as opções da carta de vinho eram muito maiores, com diversas marcas e tipos de uva.

No supermercado, o fenômeno se repetia: prateleiras e prateleiras de vinhos, de todos os tipos. Vinhos de 1 euro a todos os preços, vindos de diversas regiões da Itália e de outros países. Uma curiosidade é que com isso pude reparar que muitas uvas ou tipos de vinho, possuíam designação geográfica exclusiva (mesmo os vinhos baratos).

2 – O serviço da cerveja é levado muito a sério

Desde os locais com as cervejas mais simples, até aqueles com cervejas especiais, uma coisa era comum a eles: o cuidado com o serviço da cerveja. Uma grande preocupação com a lavagem, com o tipo certo de copo para cada estilo.

Em diversos lugares, reparei que havia uma cuba de água morna para o protocolo de lavagem. O atendente pegava um copo limpo e fazia todo o procedimento de lavagem. o Próximo passo era servir a cerveja, outro ponto levado muito a sério. Conversando com um atendente de um pub em Florença, comentei sobre essa minha observação e sua resposta foi de que eles levam muito a sério o serviço de cada país.

Eu havia pedido uma Berliner Weisse por exemplo, ele iniciou o serviço, serviu mais ou menos até a metade do copo e disse que tínhamos que esperar um pouco para depois continuar a encher. Alguns estilos fazia isso e outros não.

Depois de encher o copo, ele deixava a cerveja ao lado, passava uma régua para nivelar a espuma, e no caso de alguns estilos, usava a régua para arredondar e afofar o colarinho espesso. Depois disso, pegava o copo e levava até a cuba da pia cheia de água e imergia o copo até quase a borda, para tirar qualquer resquício da cerveja que escorreu na parte externa.

Depois de todo esse ritual, você poderia finalmente pegar sua cerveja. Para mim, foi um entretenimento, fez parte da experiência. Em alguns lugares, eu vi materiais e imagens que indicavam como realizar o passo a passo de um serviço perfeito.

A própria Birra Moretti, uma das cervejas mais populares, que você encontra em todos os lugares e tem um preço muito acessível, tem materiais com esse passo a passo. Algumas vezes, encontrei esse banner em bares e restaurantes.

3 – Cervejas importadas custam quase o mesmo que as nacionais

Nos bares ou supermercados, as cervejas importadas de cervejarias icônicas e até mesmo as trapistas, custavam a mesma coisa ou menos até que as cervejas artesanais italianas. As cervejas belgas então, tinham um ótimo custo benefício.

Isso se refletia em pubs e taprooms que por vezes tinham um preço fixo para half pint e pint, sendo qualquer cerveja, qualquer estilo por um preço único. E na maioria das vezes, tomar uma pint de Guinness era mais barato do que outras marcas. Inclusive, era uma das cervejas que eu mais vi por lá, e deu pra ver que é muito popular, principalmente porque toda cidade tinha uma boa quantidade de pub irlandês.

Passei 22 dias na Itália e foi uma viagem diferente em termos de bebida, acabei bebendo mais vinho do que cerveja, afinal, eu estava na terra do vinho né? E era muito mais barato! Certamente isso afetou a forma de sair em relação a outros países um pouco mais cervejeiros que já visitei. Sentar num bar e provar cervejas por horas não fez parte da minha programação desta vez, um pint de uma cerveja poderia custar entre 7 a 9 euros, enquanto em países que já estive como República Tcheca e Croácia, custavam de 3 a 5 euros, até mesmo na Eslovênia que achei um pouco mais caro, não chegava ao preço da Itália.

A dica é, se for a Itália, beba vinho ou esteja preparado(a) para gastar mais.

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