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Ambev e Embrapa investem na produtividade de mandioca para a cerveja Magnífica

Foram iniciados experimentos da Embrapa Cocais para transferência de tecnologia de manejo, mecanização, cooperativismo e desenvolvimento de cultivares de mandioca, matéria–prima para a produção da Magnífica, cerveja maranhense feita com mandioca plantada no Maranhão. Pesquisadores da Unidade da Embrapa no Maranhão plantaram, nos meses de novembro, dezembro e janeiro, respectivamente nos municípios de Magalhães de Almeida, Itapecuru Mirim e Pedro do Rosário, clones do programa de melhoramento genético da Embrapa, cultivares já existentes na Embrapa Mandioca e Fruticultura e recomendadas para outros estados e também variedades locais já usadas por produtores do estado.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cocais, Guilherme Abreu, são cerca de 300 genótipos em cada local e se espera como resultado a recomendação de duas ou três variedades de alta produtividade de raízes e alto teor de amido em diferentes condições edafoclimáticas no estado para melhorar a qualidade da cerveja produzida pela Ambev, parceira na pesquisa.

“Procura-se produtividade acima de 30 toneladas por hectare e teor de amido igual ou maior a 30%. O trabalho de avaliação das características agronômicas dos genótipos e definição de tecnologias para maximizar o potencial das lavouras e raízes repercutirá também na qualidade dos demais subprodutos de mandioca, como a farinha”, completa.

“Estamos mostrando para essas comunidades atendidas o diferencial do manejo técnico, com uso de adubos, herbicidas e defensivos, quando necessário”, detalhou o pesquisador.

Para o chefe de pesquisa e desenvolvimento da Unidade da Embrapa no Maranhão, João Zonta, a adoção de tecnologias recomendadas para garantir o fornecimento de raízes em qualidade e quantidade para a indústria processadora vai oferecer nova oportunidade de comercialização, a partir de melhores garantias de compra/venda e de preço das raízes, com venda direta do produtor à indústria, sem a participação dos intermediários.

“A cadeia da mandioca ainda está se desenvolvendo no Maranhão e os cultivos no Estado se caracterizam pelo baixo nível tecnológico. Além de disponibilizar material genético de qualidade, percebemos que é necessário atuar em outras áreas, como por exemplo o manejo da cultura e a mecanização, e ainda transferência de tecnologia, o que torna o projeto bastante abrangente”, completou.

“A inclusão de inovações tecnológicas no processo produtivo implica na reorganização do trabalho familiar e no entendimento das motivações individuais para o trabalho coletivo na cooperativa. Por isso, identificar objetivos comuns entre os agricultores é fundamental para manter a continuidade do trabalho colaborativo durante e após o período da atuação da Embrapa e demais parceiros institucionais”, resumiu a contribuição da sua atividade.

Embora o estado do Maranhão tenha reconhecido potencial para a produção de mandioca, prepondera a baixa produtividade das lavouras, com a média de 8706 kg por hectare, muito abaixo da média nacional que é de 14356 kg por hectare (IBGE 2019). Para exemplificar ainda mais a baixa produtividade das lavouras maranhenses, dentre os 217 municípios que possuem área plantada com mandioca, apenas três apresentam produtividade acima da média nacional.

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