O consumo de cerveja nos EUA atingiu o nível mais baixo em mais de duas décadas, revelou um relatório recente da Beer Marketers’ Insights (BMI), renomada na análise do mercado de bebidas no país. Entre os primeiros nove meses de 2023, as vendas de cerveja caíram em 5%, sinalizando uma trajetória para fechar o ano abaixo dos 200 milhões de unidades.
Esse patamar DO consumo de cerveja nos EUA seria o menor desde 1999, mesmo considerando um aumento populacional de cerca de 23% durante esse intervalo temporal. A BMI, com mais de cinco décadas de cobertura do setor, descreveu o ano de 2023 como “chocante e profundamente perturbador”.
O principal impacto recaiu sobre a Anheuser Busch, fabricante da Bud Light, que enfrentou um boicote no último ano devido a uma parceria promocional controversa com o influenciador transgênero Dylan Mulvaney.
Contudo, as tendências de longo prazo, como a diminuição do interesse em marcas “premium” americanas, como a Coors Light, e o forte crescimento das bebidas seltzer na última década, contribuíram significativamente para o declínio. Além disso, os americanos estão consumindo menos álcool de maneira geral, conforme uma pesquisa Gallup de 2021.
A mudança de preferência não se limita apenas à cerveja, pois relatos indicam uma transição para outras formas de bebidas alcoólicas, como coquetéis enlatados, e até mesmo para a cannabis, que agora é legal em mais estados americanos do que nunca.
Apesar desses desafios, Craig Purser, representante da indústria cervejeira, destacou a robustez financeira das grandes cervejarias, impulsionada pelo aumento de preços e pela preferência dos consumidores por bebidas mais sofisticadas e, muitas vezes, importadas.
