A Falke Bier – uma das cervejarias artesanais mais icônicas e tradicionais do país – tem passado por um grande processo de renovação para ampliar sua produção e trazer ao mercado cervejeiro inovação e criatividade. Os primeiros frutos dessa mudança já começaram a ser colhidos como, por exemplo, o lançamento da Falke Peregrinus, a nova American Pale Ale de sua linha que até já foi premiada na edição deste ano da Copa Cervezas de America; o tão esperado lançamento da Red Baron em garrafas de 600 ml e ainda a chegada recente ao mercado da Brüt IPA Fly Away.
Um dos planos primordiais para a cervejaria nos próximos meses é dividir seus rótulos em três linhas distintas: Linha Clássica que engloba as cervejas mais tradicionais como Weiss, Villa Rica, Ouro Preto e Diamantina; Linha Especial que hoje enquadra a Monasterium, mas que até início de 2019 ganhará duas novas companheiras e a Linha Falcoaria que possui a Falke Peregrinus e a novíssima Fly Away.
“Estamos muito animados com esses lançamentos. A próxima será uma farmhouse em garrafa de champagne muito interessante, com uso de leveduras selvagens. Já fizemos alguns testes e tivemos um ótimo resultado. Acabamos de lançar a Brüt IPA, que seca tanto no final que se assemelha a um champagne brut, mas com lúpulos e características de uma IPA. E ainda estamos em fase de estudos da futura Falke Femoralis (nome científico do falcão símbolo da Falke), que vai entrar na Linha Falcoaria. E essas são apenas algumas das novidades que temos pela frente”, antecipa Marco Falcone, um dos sócios proprietários da Falke Bier.
Renovação total
Outro grande projeto, em andamento desde 2015, é a construção da nova fábrica e ampliação do volume de produção. Segundo Falcone, a nova fábrica foi construída para substituir a antiga, uma em frente a outra no mesmo condomínio em Ribeirão das Neves, com novos equipamentos e estrutura, mas os custos eram muito altos para a cervejaria. A dificuldade de empreender no Brasil se mostrou real e presente.
“Chegamos a um impasse, pois sempre utilizamos recursos próprios e foi se tornando insustentável manter o negócio. Procuramos linhas de crédito e financiamentos, mas como nunca tínhamos solicitado antes, não estávamos conseguindo. Então, diante das dificuldades, abrimos para investidores que tivessem interesse e obtivemos um aporte financeiro que nos permitiu finalizar nossa expansão e também remanejar a equipe”, explica o cervejeiro.
Esse aporte possibilitou uma verdadeira repaginada em toda estrutura da cervejaria, que começou a construção da nova fábrica com as próprias pernas, mas que agora já ampliou o galpão original para receber ainda mais equipamentos. Entre as novas aquisições estão uma centrífuga, responsável pela melhora na qualidade das cervejas e aumento da segurança no processo produtivo, novos tanques, nova rotuladora e também está em análise a possível aquisição de um equipamento para envasamento de latas. Hoje, a Falke Bier produz 20 mil litros por mês e o objetivo até 2020, quando toda a obra estiver concluída, é que alcance a produção de 80 mil litros/mês.
Uma nova sede também faz parte de toda essa remodelação da empresa que ganha outro centro administrativo em Belo Horizonte, no bairro São Pedro. Ele está sendo reformado e, além da parte de escritórios, concentrará também estoque e logística, pois terá câmaras frias para guardar os barris. “Vamos também investir em uma growleria própria, além de outros pontos de distribuição e montaremos um pub/restaurante no local para receber o público”, complementa Falcone.
Expansão e sucessão
Quanto ao mercado consumidor, o aumento de pontos de venda também já está em andamento com a contratação de um novo gerente administrativo-financeiro e um novo gerente comercial que já começou a atuar nessa expansão. A abertura da loja no Mercado Cervejeiro, no Jardim Canadá, foi uma das ações principais deste ano, já com a nova identidade da marca, assim como o investimento em espaço maiores no Alphaville e também na Cidade Nova.
“Expandimos também no interior de Minas, com mais destaque para Ouro Preto e Tiradentes e, fora do estado estamos em negociação em pontos do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Tivemos pedidos de exportação, mas não vamos investir nisso por enquanto porque o objetivo inicial é conquistar o bar da esquina antes de sair do país”, reforça Marco.
O uso de novos formatos também está nos novos projetos para ampliação de portfólio, como os latões de cinco litros e as latinhas de 355 ml e também as long necks, perfeitas para o que é considerado mercado exóticos como as barbearias. “O uso de copos não é recomendado nesse tipo de negócio, pois podem cair cabelos. Logo, as long necks são ideais. Mas estamos estudando todas as possibilidades dentro deste nosso grande projeto de expansão”.
Marco Falcone da Falke Bier (Imagem: Reprodução)
A antiga fábrica, uma bela construção que lembra a arquitetura alemã, também será reaproveitada e transformada em uma adega para maturação de cervejas em barris de madeira, com utilização de diversas madeiras diferentes para distintos tipos de cervejas e também um espaço de degustação bonito e temático.
“Vamos começar a comprar os barris ano que vem para começar esta atividade que se tornará, em um breve futuro, uma quarta linha da Falke, de cervejas ne madeira. São realmente muitos planos e, até 2020, todos estarão em andamento. Inclusive, o início de uma produção de cervejas colaborativas com cervejarias da Europa. Já estamos conversando sobre isso e combinando algumas datas”, comenta Falcone.
E se as novidades não forem suficientes, há também um reforço no quadro pessoal da empresa com a chegada da nova geração de Falcones. Tiago e Max, dois dos filhos de Marco Falcone, já estão totalmente inseridos neste universo e prometem ampliar as perspectivas e inovações que a cervejaria se propõe neste novo ciclo de vida.
Max Falcone acaba de assumir, desde outubro de 2018, o posto de segundo cervejeiro da Falke Bier, ao lado do tio Ronaldo que comanda como mestre cervejeiro. Max foi o responsável por elaborar a receita da Falke Peregrinus e ainda promete muito mais surpresas. Tiago está na Europa há 10 anos e se consolidou como um cervejeiro respeitado por lá. Hoje, está dando a volta ao mundo de bicicleta – em um projeto de cinco anos – e proferindo palestras sobre suas experiências e conhecimentos adquiridos. O plano é que em 2022, ao final do empreendimento, ele volte para o Brasil. Ele é especialista em cervejas na madeira e vai coordenar de longe a nova produção, assim que os processos começarem, ainda em 2019.
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