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Startup cria solução para gerar energia para a Ambev usando água das cervejarias

Com 32 cervejarias espalhadas pelo Brasil, a Ambev busca alternativas para gerar energia. Uma das soluções veio da Pequi Ambiental, startup da Bios Consultoria, uma empresa de Belo Horizonte, Minas Gerais, que desenvolveu um projeto para gerar energia aproveitando a água que sai das fábricas.

A técnica envolve as Estações de Tratamento de Efluentes Industriais da Ambev, que tratam a água usada na produção da cerveja e a devolve ao meio ambiente. Na saída das ETEIs, passam, em média, 50 litros de água por segundo. Para explorar o potencial hidráulico deste processo, a Pequi construiu micro-hidrelétricas.

“Quando eu era pequeno, energia elétrica era uma coisa rara na zona rural dos municípios mineiros. Aproveitar os rios costumava ser uma saída para conseguir eletricidade”, diz Paulo Prado Costa, sócio-fundador da Bios Consultoria e da Pequi Ambiental.

Duas micro-hidrelétricas de 25 m² foram implementadas na Ambev para abastecer partes da produção nas próprias cervejarias. A instalação de Sete Lagoas, em Minas Gerais, tem capacidade para gerar 7,200 kWh por mês. Outra micro usina foi construída na cervejaria de Lages, em Santa Catarina, gerando 1,400 kWh por mês. Ao custo de R$ 100 mil cada uma, elas poderiam abastecer até 50 residências.

“As micro-hidrelétricas conseguem aproveitar o fluxo da água que já existia, sem poluir, e geram energia de forma mais eficiente do que grandes hidrelétricas”, afirma Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de sustentabilidade e suprimentos da Ambev.

Segundo Figueiredo, a expectativa é implementar o projeto em outras cervejarias que tenham vazão e fluxo de água suficientes para abastecer as micro-hidrelétricas. É o caso da fábrica de Recife, em Pernambuco.

A Pequi Ambiental foi criada em 2012, prestando serviços de recuperação de áreas florestais degradas e a manutenção de pequizeiros, árvore que dá nome a startup. Em 2018, veio a oportunidade de integrar a primeira edição do programa de aceleração da Ambev, a Aceleradora 100+. A empresa investiu quase R$ 1,2 milhão na startup.

“Projetos como esse da Pequi são fundamentais. Sabemos que, sozinhos, não vamos encontrar as soluções para os desafios ambientais que temos”, explica Rodrigo Figueiredo. “Foi pensando nisso que criamos nossa aceleradora.”

Outra startup que trabalha em parceria com a Ambev, a gaúcha Luming Inteligência Energética, desenvolveu uma iniciativa aproveitando o biogás emitido por uma das etapas de produção das cervejarias da Ambev como fonte de energia.

A ideia é reduzir a emissão de CO2 em 482 toneladas por ano — o equivalente ao plantio de mais de 2,8 mil árvores. Segundo a Ambev, a iniciativa faz parte de uma das metas da companhia para reduzir em 25% as emissões de carbono ao longo de toda a cadeia de valor da empresa até 2025.

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