No universo da bebida, o brasileiro possui duas paixões, a cerveja e o café. Para muitas pessoas, a cerveja e o café é mais que uma bebida simples, eles estão presentes em diversas ocasiões, promovendo momentos muito especiais. Começar o dia com uma boa xícara de café e terminar o dia tomando uma excelente cerveja é o que a maioria dos brasileiros adoram fazer.
O café é um ingrediente bastante versátil! Pode ser usado desde as suas flores secas aos grãos verdes (o sensorial do torrado é totalmente diferente do café cru, no caso verde), do café torrado aos diferentes tipos de extração. Também é permitido escolher o momento em que o café em suas diferentes formas vai ser adicionado ao processo. Por exemplo, pode ser adicionado na fase de fermentação, na maturação ou no momento do envase, ou seja, todas essas variáveis dependem de qual efeito sensorial quer proporcionar.
Muitas vezes quando o assunto é café adicionado à cerveja logo vem o pensamento de Porter ou Stout, porque são cervejas mais robustas, com características marcantes, porém quem pensa assim não está errado, até porque lá no início em 2008, a cervejaria Colorado lança a Demoiselle, do estilo Porter uma cerveja agradável e fácil de beber, que traz toda a carga histórica dos cafés da Alta Mogiana e as fazendas da família de Santos Dummont, logo mais em 2014 foi a vez da Morada Cia Etílica, de Curitiba/PR, lançou a Hop Arabica, uma cerveja clara, elegante, leve e com cafés especiais, ela veio para “contrariar as expectativas comuns” dos apreciadores, porque se trata de uma American Blonde Ale.
Após um ano, em 2015 a cervejaria Blondine lança a Volcano, uma Coffee Stout escura, densa, intensa e que parece um café expresso, uma vez que em sua receita leve grãos de café 100% arábica.
No momento atual, o destaque está por conta da cervejaria mineira (Paraisópolis/MG) Zalaz, com suas impressionantes criações usando os cafés de cultivo e torra próprios, além de ousar em estilos e blends com outros ingredientes também colhidos na fazenda.
Assim como a cerveja, o café também pode ser fermentado e essa fermentação nada mais é do que a degradação da polpa e isso permite a produção de ácidos, ésteres e outros metabólitos que podem interferir no sabor e aroma final da bebida. Hoje no Brasil, 30% das fazendas estão com o processo de fermentação em alguns lotes, tanto anaeróbias, aeróbicas, em montes, com leveduras ou sem leveduras.
Essas duas bebidas possuem muitas coisas em comum e uma que vale a pena ressaltar é sobre a saúde, inclusive uma de nossas matérias de dezembro de 2019 você confere um estudo realizado pelo instituto americano UCI MIND, onde relata que o uso moderado de café e álcool podem ajudar significativamente para que alcancemos com saúde os 90 anos de idade (Confere a matéria aqui.)
Cervejas que contém café
Além das três cervejas citadas ao longo da matéria, escolhi mais quatro cervejas brasileiras que possuem café em suas receitas e que valem a pena provar:
Dama Bier Fellas – surgiu da união de 3 cervejeiros (Dama Bier, SudBrau e Bodebrown);
Kaffee Bier – diretamente de Londrina/PR, a capital mundial do café, surgiu a Kaffee Bier. Uma cerveja produzida pela cervejaria Von Borstel que une o melhor café da região;
Modern Dogma – fruto de uma parceria binacional de cervejarias, entre a paulistana Dogma e a Modern Times, de San Diego (Califórnia/EUA), ela é uma Imperial Mocha Porter, com 9% de graduação alcoólica e 40 IBUs;
Double Zuzi – uma Robust Porter da Cervejaria ZalaZ, foi elaborada com uma elevada dose de café orgânico (da própria fazenda). O café expresso é balanceado com maltes especiais e rapadura, o que confere um sabor marcante.