Você já se perguntou por qual razão no Sudeste do país é consumido uma cerveja que não é tão apreciada no Sul? Você já notou diferença de sabor na mesma marca quando compra no mercado ou no bar da esquina? Um dos fatores que colaboram para essa diferença é o transporte, que por muitas vezes pode danificar o produto que chega até você.
Afinal de contas, você faz ideia de toda a logística que a cerveja passa ou a forma no qual ela é feita em nosso país? Vamos apresentar um panorama geral da estrutura logística do transporte de cerveja, tais como os agentes envolvidos no transporte, as principais rotas realizadas, os tipos de veículos utilizados no transporte, além das diversas variáveis que compõem o valor do frete.
O transporte de cerveja no Brasil é realizado principalmente via sistema rodoviário, sendo também utilizado os sistemas ferroviário e hidroviário. No sistema rodoviário, as cargas são transportadas através de diversos tipos de caminhões, sendo o tipo carreta guarda baixa o tipo mais usado, você certamente já viu alguma sendo saqueada por estar tombada na BR. Existe um modelo de caminhão específico para o transporte de bebidas, que é o siders/sider asa delta.
As rotas realizadas no transporte de cerveja podem ser:
Fábrica – Fábrica,
Fábrica – Centros de Distribuição,
Centros de Distribuição – Mercado,
Fábrica – Distribuidoras,
Distribuidoras – Mercado,
Fábrica – Mercado.
Quando o produto vem da fábrica diretamente para o mercado, isso significa que ela passou por apenas um tipo de transporte, que não foi carregada e descarregada de vários caminhões até chegar na geladeira do supermercado, ou seja, a chance da cerveja estar mais fresca, é maior. Esse processo ocorre com maior frequência com as microcervejarias que fazem distribuição na sua região.
O transporte de cerveja é realizado através de diferentes agentes, tais como a empresa através de frota própria ou terceirizada, ou de modo terceirizado contratado pela fábrica, podendo-se utilizar as transportadoras ou caminhoneiros autônomos.
O valor do frete inclui diversas variáveis, tais como carregamento e descarregamento que possuem um custo operacional, custos fixos (IPVA, seguro do caminhão, custo de capital do caminhão e depreciação), custos variáveis (combustível, pneu, salário motorista, manutenção do caminhão e pedágio) – que variam de acordo com a distância percorrida e sazonalidade, visto que durante o verão o consumo de cerveja é maior e, se há falta de caminhão no mercado, o valor do frete pode variar em função disso.
Notamos que no transporte de cerveja a utilização de apenas um sistema de transporte – na maioria das vezes -, além da idade avançada dos caminhões utilizados, falta de especialidade destes caminhões para o transporte de bebidas, o grande número de agentes envolvidos no transporte de cerveja até que o produto chegue ao consumidor final, diante de tais problemas e da importância do transporte na composição do valor do produto final, o resultado é o aumento no valor do produto final e a queda na qualidade do produto. Portanto, se você quer acertar sempre na escolha da cerveja e não correr riscos de comprar uma cerveja meia boca para o churrasco com os amigos, dê preferência para cervejas que são produzidas próximo de você, cervejarias no qual você conhece a procedência e qualidade. Assim você estará acertando a compra, ajudando a economia da sua cidade ou bairro, além de estar levando uma ótima cerveja para o churrasco.
Fonte: BALLOU, R.H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. 4.ed.