O nível de ruptura da cerveja, que é o índice que demonstra a falta de produtos em supermercados, atingiu nível recorde em outubro deste ano, segundo pesquisa conduzida pelo Neogrid. A principal bebida alcoólica do Brasil alcançou 18,92% de ruptura. Enquanto em 2019, este número mantinha-se na média de 10%.
Especializada na sincronização da cadeia de suprimentos, a empresa que conduziu o estudo diz que os consumidores já sentem a ausência de algumas marcas nas prateleiras.
“Todas as cervejarias apresentam falta de produtos no varejo e o nível de ruptura da cerveja nunca foi tão alto como hoje”, afirma Robson Munhoz, CCO da Neogrid.
A ruptura, segundo Munhoz, acontece quando há falta do produto no ponto de venda. “Quando a gente diz que um determinado produto tem 10% de ruptura, quer dizer que em uma lista de 100 produtos que você queria comprar, você não encontrará 10 deles”, explica o executivo.
Isso, de acordo com ele, não quer dizer que a percepção da falta é generalizada, ou seja, muitas vezes, você vai comprar o produto de uma marca em específico e não encontra. Neste caso, ocorre a ruptura por marca.
O índice só subiu desde o início da quarentena, em março, última vez que esta marca esteve em torno dos 10% para cervejas. De acordo com a pesquisa, nos últimos meses foram registrados 17,64% de ruptura em setembro e 18,92% em outubro. O monitoramento acompanha os dados de 40 mil varejistas no Brasil.
A explicação para o recorde em falta de cerveja nos supermercados está na cadeia produtiva, mais especificamente no fornecimento de vidro e lata para a confecção das embalagens.
“Não estamos falando em desabastecimento. Há falta de algumas marcas. Se falta embalagem não tem como produzir e vender cerveja no mercado”, explica Munhoz.
“É importante que a indústria e o varejo estejam compartilhando informações para que os desafios não sejam ainda maiores na cadeia de abastecimento. Senão ninguém ganha o jogo”, alerta o executivo.