Com notas florais e herbais bastante presentes, o Licor de Lúpulo funciona como opção de trazer para os coquetéis uma perfil sensorial mais elaborado
O lúpulo é uma planta trepadeira e suas flores são amplamente usadas na produção de cervejas, em que na composição essa planta geralmente é responsável por trazer o amargor e aromas herbais, florais e frutados para a bebida.
Da família Cannabaceae (a mesma da Cannabis) essa planta tem propriedades antioxidantes, bactericidas, o que ajuda na conservação da bebida, e também tem efeito relaxante.
Além de todas essas propriedades, o lúpulo tem sido usado para a fabricação de licor. A planta já fazia parte da composição de algumas bebidas com um perfil botânico, como gin e outros licores herbais, porém algumas marcas têm investido na produção focada na flor de lúpulo, como é o caso da Destilaria San Basile.
Renato Chiappetta, um dos sócios da marca, investiu bastante em pesquisas dos mais variados tipos de licor que existem no mundo e teve bastante contato com essa linha de bebidas desde muito novo. Com uma sensibilidade para o mercado, o empreendedor percebeu que havia um perfil muito particular do lúpulo que poderia contribuir para a coquetelaria.
Quando começou a desenhar os produtos da San Basile, Renato pensou em fazer um Licor de Lúpulo somente com um único botânico. O que deu mais animação para a produção desta linha específica foi encontrar um produtor de lúpulo nacional, 100% brasileiro, em Tuiuti – a mesma cidade em que fica a fábrica da San Basile, no interior de São Paulo.
“ É um lúpulo brasileiro de uma espécie catalogada como lúpulo mantiqueira…Por ser produzido em Tuiuti conseguimos fazer uma extração de uma flor fresca, o que contribui para um perfil único do licor, pois envolve um terroir… por isso nós decidimos fazer o produto de um botânico só para evidenciar todas as características desse lúpulo, que é uma coisa rara poder usar ele fresco e valorizar o sabor local de Tuiuti”, relata Renato.
Além do acesso a essa flor de lúpulo fresca, Renato explica que o perfil sensorial do Licor de Lúpulo em nada lembra aquele amargor que encontramos nas cervejas, pois o tipo de extração usada na produção é diferenciada, em que são extraídas somente as notas mais voláteis, o que ressalta os sabores florais e herbais para a bebida.
“Apesar do lúpulo estar associado a ideia de amargor na cerveja, este licor ele não é amargo, na verdade a característica dele é doce, herbal e fresco, sendo de um estilo muito específico e genuíno, o que permite muita criatividade com ele”
pontua Chiappetta.
Negroni Ipa (Imagem: Divulgação)
Com esse perfil herbal, o Licor de Lúpulo lembra bastante o chartreuse e é recomendado para trazer esse perfil sensorial para os coquetéis. De acordo com Caio Bologna, embaixador da San Basile, a bebida traz também o dulçor, o que pode contribuir para a releitura de vários clássicos, como o Negroni da foto acima.
“Ele tem que ser usado quando você busca um perfil herbal e floral pro seu coquetel, ele substitui bem os drinques vão chartreuse amarelo, eu até fiz uma releitura de Alaska, o Gota Serena, pensando nisso”, comenta Caio.
Além dos coquetéis, o Licor de Lúpulo também pode ser usado como dose para equilibrar o amargor de uma cerveja forte, como Ipa ou Red Ipa, como faz Paulo Almeida, do Empório Alto de Pinheiros (EAP).
“No Brasil não tinha muito o perfil de tomar um shot para acompanhar a cerveja, mas agora começamos a notar um movimento maior de pessoas pedindo essas doses de bebidas herbais para beber com as cervejas, que é algo muito comum que vemos nos bares da Alemanha”, relata Paulo.
Gota Serena
45 ml New Wave gin
10 ml mel de cacau
5 ml Licor de Lúpulo
1 gota de solução salina
Pitada de ácido cítrico
Modo de preparo: throwing
Acrescente todos os ingredientes na sua coqueteleira, adicione gelo e faça o método throwing. Finalize com bolhas de mel de cacau.
Bolhas de mel de cacau: faça uma mistura de mel de cacau com goma xantana e coloque uma bomba de ar para que as bolhas se formem.
Fonte: Mixology News
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