Um novo estudo científico revelou que a subida da temperatura e a descida da precipitação na Europa vão fazer disparar o preço da cerveja e afetar a sua qualidade até 2050. Em causa está a produção de um dos seus ingredientes-chave, o lúpulo.
A cerveja, a terceira bebida mais popular do mundo, corre o risco de ficar mais cara e ter seu sabor comprometido devido às mudanças climáticas. A causa é a produção do lúpulo, planta vital para conferir o sabor característico da bebida.
A preocupação é decorrente das mudanças climáticas, que estão relacionadas à produção de lúpulo, uma planta sensível a variações de luz, calor e água. Pesquisadores do Instituto de Investigação das Alterações Climáticas da Academia de Ciências da República Tcheca alertam que os consumidores sentem os impactos das mudanças climáticas no preço e na qualidade da cerveja.
O lúpulo, usado para dar à cerveja seu sabor amargo e aroma distintivo, tem enfrentado desafios devido ao aquecimento global, o que afeta sua qualidade e produção. O estudo comparou dados de produção entre 1971 e 2018, revelando que o lúpulo amadureceu mais cedo e apresenta rendimentos reduzidos e menor teor de alfa-ácidos, essenciais para o sabor da cerveja.
Até 2050, a produção de lúpulo pode cair entre 4% e 18%, e o teor de alfa-ácidos pode cair de 20% a 31%. Nas regiões mais ao sul, onde o lúpulo é cultivado, enfrentam os maiores impactos devido às mudanças climáticas. Medidas de adaptação, como a expansão das áreas cultivadas em 20%, são permitidas para mitigar esses problemas.
O lúpulo é fundamental para a cerveja, e a qualidade do produto depende dele. Os dados revelam uma diminuição na produção de lúpulo, tornando a qualidade da cerveja mais cara e problemática. O aquecimento global está alterando o cenário de produção de lúpulo na Europa, mas os efeitos podem se estender a outras regiões produtoras, como os EUA, à medida que as temperaturas sobem.