De acordo com a última pesquisa da Abrasel, que ouviu 1748 empreendedores em todo o país, o faturamento do setor de bares e restaurantes registrou crescimento em 2022. Quase dois terços das empresas (59%) apresentaram aumento nas vendas em relação a dezembro de 2021, enquanto 20% tiveram desempenho inferior e 15% ficaram estáveis.
Segundo a pesquisa, 19% das empresas estão trabalhando com prejuízo, o que se deve a dívidas, custo de folha e inflação (outras 47% tiveram lucro e 34% ficaram em equilíbrio, todos números estáveis em relação à última pesquisa, em outubro de 2022).
A pesquisa mostrou que 44% dos empresários tiveram um faturamento maior do que a inflação em 2022. Já 66% esperam um aumento do faturamento em 2023 acima da projeção de inflação de 5,36%. Quanto ao reajuste de preços, 40% dos entrevistados estão ajustando conforme a média da inflação, enquanto 27% fizeram ajustes abaixo do índice.
A pesquisa apontou que 70% das empresas têm hoje empréstimos contratados, com inadimplência de 23% entre aqueles que tomaram dinheiro de linhas regulares e de 13% entre aqueles que aderiram ao Pronampe. O endividamento é alto, com 38% dos entrevistados afirmando ter pagamentos em atraso, sendo 80% devendo impostos federais, 48% impostos estaduais, 33% encargos trabalhistas e 25% dívidas atrasadas com fornecedores.
Mercado de Trabalho
Um terço dos empresários consultados (33%) pretendem aumentar o quadro de funcionários em 2023. Outros 46% esperam manter o quadro, enquanto apenas 13% esperam reduzir o número de funcionários.
A pesquisa também ouviu empresários sobre a decisão do STF, que impôs o regime de 1 domingo de trabalho para 1 de folga para mulheres na decisão de um processo de uma grande rede varejista nacional.
Atualmente, apenas 6% das empresas no setor de alimentação fora do lar adotam este regime. Para 45% dos consultados sobre o tema, seria necessário estudar uma diminuição da presença feminina no quadro de funcionários caso a decisão fosse estendida às empresas do setor.
Segundo o presidente da Abrasel, “é vista com preocupação uma eventual mudança na lei, impondo um regime de folgas especial e sem isonomia, em um setor que já trabalha com equipes muito reduzidas. Lembrando que as mulheres hoje formam a maioria da força de trabalho no setor de bares e restaurantes”.