A alta do dólar ao longo de 2020, a falta de embalagem e quebra da cadeia produtiva na produção da cerveja, deve provocar um impacto ao longo deste ano.
Com a crise causada pelo novo coronavírus sem data para acabar e o dólar em constante alta, a previsão é de que insumos que precisam ser importados, como o lúpulo e o malte, além de problemas na produção de embalagens e na cadeia logística, encareçam a bebida preferida dos brasileiros ao longo do ano.
Segundo Carlo Enrico Bressiani, diretor da Escola Superior de Cerveja e Malte (ESCM), ao jornal Bem Paraná, os comerciantes estão segurando os preços o máximo que podem, e embora não seja possível cravar uma porcentagem de aumento, o reajuste deve ser entre 10% e 15%.
“A constante alta do dólar gerou impacto no custo dos commodities, sem contar o custo de energia elétrica, que também aumentou. Esses fatores tiveram influência direta no preço das bebidas”, diz o diretor. “Se foi possível segurar até o momento, certamente o impacto vai desaguar em 2021”.
Outro sério problema da indústria é a falta de embalagens. Cerca de 30% das empresas brasileiras registram falta de produtos ou dificuldade de entrega por parte de fornecedores. Esse aspecto já vem desde meados do ano passado, durante o auge da crise do novo coronavírus.
Para os consumidores, as latinhas são preferência devido ao preço unitário ser mais barato do que a garrafa de vidro. Para as distribuidoras, como supermercados, além de mais barato também é mais fácil de transportar e armazenar”, diz Edinelson Marques, gerente comercial do Grupo Pinho, especializado em comércio exterior e logística aduaneira. Mas segundo o especialista, não há falta de alumínio, mas produção industrial insuficiente.