A cervejaria Cervam, fabricante da Brussels, calcula uma queda de 50% nas vendas da bebida após ela ter sido citada na investigação que apura as causas da morte de um policial militar reformado em Juiz de Fora, a 280 km de Belo Horizonte. Segundo a gerência, empresa que fica em Cláudio, a 140 km de Belo Horizonte, teve que reduzir a produção e 45 funcionários foram demitidos nas últimas semanas.
No último dia 11 de junho, um laudo da Polícia Civil indicou que não foram encontrados traços do solvente que teria provocado a morte de Antônio Paulo dos Santos, de 61 anos, nas latas da bebida recolhidas na casa da vítima.
No entanto, Wallisson Rabs, diretor industrial da Cervam, avalia que a história já havia afetado a marca. A produção deve fechar o mês 60% menor, passando de 5 milhões de litros mensal para 2 milhões.
— Alguns consumidores se resguardaram e não quiseram tomar a cerveja. Algumas redes de supermercados tiraram as bebidas da gôndola.
Santos ficou 18 dias internado e morreu no final último dia 27 de maio com suspeita de envenenamento. Na época, a esposa da vítima disse que ele havia almoçado feijoada e que no mesmo dia tomou dois latões da cerveja Brussels. Pouco tempo depois, teria começado a se sentir mal.
Durante o período em que esteve internado, o hospital realizou uma biópsia nos rins do paciente, que constatou a presença de dimetil glicol, solvente utilizado na produção de baterias de lítio e de tintas.
Como não foi encontrada a substância na bebida, a Polícia Civil trabalha para descobrir o que provocou a morte do policial. Desde o início das investigações, o Mapa (Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente) também não viu ligação entre a morte e a cerveja, o que levou o órgão a não suspender a produção da fábrica.
O diretor industrial da cervejaria disse que tinha certeza do resultado do laudo, porque a empresa não utiliza solventes durante o processo de fabricação da bebida. A empresa, agora, quer recuperar os consumidores que perdeu.
— É uma cerveja mineira, uma marca que está bem no mercado. Não podemos perder isto.
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